
Projetos
Sambeabá
Série de TV - Documental
13 episódios - 26 min
O bê-a-bá do samba por seus mais significativos temas, traçando um painel dessa história pela voz de quem conhece o assunto.
Apresentação: Nei Lopes.

Nascido como simples folguedo, no opressivo ambiente da diáspora africana chegada às Américas, o samba vem cumprindo uma trajetória exemplar. Expandindo seu raio de ação até o carnaval, e daí chegando à incipiente indústria fonográfica, projetou-se através das transmissões radiofônicas em âmbito nacional, a partir da antiga capital da República. Visto, em sua forma carioca, como elemento potencialmente aglutinador, foi difundido como o símbolo musical brasileiro, daí extrapolando o território nacional.
Nessa trajetória, o samba multiplicou-se em subgêneros e estilos – inclusive a bossa nova – além de gerar em sua órbita um instigante complexo cultural, como era de se esperar. Nesse todo, destacam-se, além da música e dos vários tipos de dança em que se expressa, peculiaridades como culinária e gastronomia, moda, religiosidade, teatralidade, artes manuais e artesanato, técnicas de trabalho, criações linguísticas, normas de comportamento e etiqueta... cultura, enfim! Mas a visão que prevalece sobre o samba é, hoje, a do evento carnavalesco, pura e simplesmente.
Assim, a série SAMBEABÁ, apoiada nos livros “Sambeabá, o samba que não se aprende na escola”, publicado em 2003, e “Dicionário da História Social do Samba”, ganhador do Prêmio Jabuti em 2016 como Livro do Ano – ambos de autoria de Nei Lopes, o segundo em parceria com Luiz Antonio Simas – objetiva desconstruir a visão estereotipada. E isto, tanto equiparando a importância do samba para a sociedade brasileira como a do jazz para a norte-americana, por exemplo, quanto realçando o poder de resistência da cultura do samba à permanente pressão dos que se recusam a enxergar sua importância e sua grandeza, desde os primeiros tempos.
Nei Lopes será o condutor desse passeio pelo mundo do samba, apresentando a cada episódio um tema diferente e batendo um papo com quem também entende do assunto, de A a Z.
O dicionário poderá ser aberto, por exemplo, na letra C, de cinema, e Nei conversará com Cacá Diegues sobre o samba na sétima arte, seu primeiro filme “Escola de Samba Alegria de Viver”, a participação de Zé Keti no filme “Rio Zona Norte”, de Nelson Pereira dos Santos, e Almir Guineto no filme “Natal da Portela”, de Paulo César Saraceni.
O mesmo na letra P, de pastora, tendo Surica, da Velha Guarda da Portela como convidada para falar do papel histórico da mulher no samba. V, de Vila Isabel, a conversa é com Martinho da Vila. Que foi revelado em um festival da canção, que está na letra F, papo para Zuza Homem de Mello, autor de “A Era dos Festivais”. Abrindo na letra B, temos a bossa nova, assunto para Ruy Castro, autor do livro “Chega de Saudade”. Para falar de Oswaldo Cruz, na letra O, ninguém melhor que Monarco, que conviveu com todos os bambas da região. Alberto da Costa e Silva fala de literatura, na letra L, relembrando escritores que trataram do samba em seus livros, nomes como Lima Barreto, Mario de Andrade, João Antonio, Rubem Fonseca, entre outros.
Assim, a série traz o bê-a-bá do samba por seus mais significativos temas, traçando um painel dessa história pela voz de quem conhece do assunto, esse gênero matriz da música popular brasileira que é o traço mais marcante da identidade carioca e um dos mais valiosos patrimônios da cultura nacional.